Do sertão tirei pinheiro, dele fiz minha viola
Quando a saudade me aperta, Sinhô, o pinheiro me consola
Chora madeira de lei, minha viola de pinho
Com você ganhei dinheiro, viola, o que me falta é carinho
Dez cordas bem afinadas, alegram meu coração
Nessa viola cabocla, Sinhô, canto hino ao meu sertão
É como diz o poeta nos versos que ele deixou
Saudade é terra caída, viola, num coração que sonhou
Na beira de um riacho construí o meu ranchinho
Me farta agora a cabocla, Sinhô, pra cuidar dos meus trapinhos
Minha botina mateira, chapéu de paia rasgado
Pito de paia na oreia, sinhô, sou sertanejo apurado
Do sertão tirei pinheiro, dele fiz minha viola
Quando a saudade me aperta, Sinhô, o pinheiro me consola
Meu sertão tem matas verdes e canto de passarinhos
Não há dinheiro que pague, Sinhô, minha viola de pinho